Ilustres convidados, minhas senhoras, meus senhores,
É nossa convicção que esta II Conferência Anual da OPACC, que decorreu sob o mote “Controlo da Qualidade em Contabilidade e Auditoria”, foi um sucesso.
Organizada pela Comissão Regional do Barlavento da OPACC, teve lugar neste Auditório, desta Universidade, que recebe o nome da cidade do Mindelo, nossa anfitriã.
Cidade do Mindelo, que aqui aproveitamos para homenagear, e ao seu povo e à sua elite. Cidade que detém o título emérito de capital cultural do país, berço de diversos movimentos populares e de resistência, ou mesmo de aberta contestação, à situação socioeconómica, política e cultural vigente, nos tempos de antanho, por ter gerado importantes figuras e grupos associativos, que revolucionaram o comportamento cívico e socio-desportivo, a expressão literária e musical, e o posicionamento socio- político, perante a fome e a miséria sofrida pelo povo da ilha. Lembremos, hoje, de:
Maria Alice Freitas e Ricardo Fortes (conhecidos por Lili de nha Xala e Kakói) e os milhares de participantes/aderentes, dos grupos de carnaval e mandingas de S. Vicente;
Ambrósio Lopes (conhecido por nh’Ambroze/capitão Ambrósio) o operário que, no ano 1934, empunhou a bandeira negra e comandou a manifestação popular contra a fome;
João Batista Fonseca (conhecido por nho Batista), exímio construtor de instrumentos de corda, de todo o tipo, e excelente afinador de pianos;
Francisco Xavier da Cruz (B. Leza), compositor de “note de Mindelo”, foi o recriador dos acordes da morna, expressão musical que, aqui, hoje, também, homenageamos;
Sérgio Frusoni, poeta de “un ves Sanvicente era sabe”, italo-cabo-verdiano, que tão bem soube interpretar e descrever a vivência do mindelense comum, da sua época;
Associação Falcões de Cabo Verde, criada nos anos 1930, do século passado, e que se notabilizou na cultura física e na transmissão de valores cívicos e democráticos;
Movimento literário Claridade, que soube refletir a consciência coletiva cabo-verdiana, na literatura, e introduzir preocupações sociais, próximas do neo-realismo;
Associação Artística e Cultural Mindelact, promotor das artes cénicas em Cabo Verde, com tónica no teatro cabo-verdiano, constituída sobretudo por gente jovem.
João Manuel Varela (com heterónimos João Vário, Timóteo Tio Tiofe e G. T. Didial) neurocientista e escritor prolífico, foi fundador da Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo;
Leão Lopes, artista multifacetado e promotor do Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura do Mindelo (M-EIA). E tantos outros! Mas, não podemos olvidar
Onésimo Silveira, grande patriota e cientista político, o poeta da “Hora Grande”, que deu o nome a este Auditório, onde nos encontramos a conferenciar.
Feitas as homenagens a Mindelo e à sua gente, passemos, de seguida, a apresentar a síntese e as conclusões da nossa II Conferência Anual. E começamos pelo:
Painel 1-Sobre regulamentação e experiências do Controlo da Qualidade do trabalho dos contabilistas certificados
Concluímos que, este painel, que refere ao Controlo da Qualidade do trabalho dos contabilistas certificados, chama atenção para aspetos normativos da prática profissional da contabilidade, e da regulamentação do Controlo da Qualidade dos trabalhos do profissional contabilista certificado, e refere a uma experiência concreta de Controlo da Qualidade, numa Ordem de contabilistas certificados.
Entretanto, após um período de pedido de esclarecimentos e intenso debate, envolvendo os participantes e conferencistas do painel, passámos ao
Painel 2-Sobre o normativo internacional de Controlo da Qualidade do trabalho dos auditores certificados e sobre os regulamentos e experiências de diversas Ordens Profissionais
A seguir ao painel, também houve pedidos de esclarecimento, e um interessante debate entre participantes e conferencistas.
Terminamos nossa intervenção, agradecendo aos oradores, nesta Conferência, pelos subsídios que nos trouxeram, tendo por base o normativo internacional do Controlo da Qualidade e a experiência das suas PAO-Professional Accounting Organisation, e com um apelo, dirigido aos órgãos da OPACC, para que assumam a implementação do Controlo da Qualidade, de modo a cumprirmos os requisitos básicos, necessários à candidatura da nossa Ordem a membro do organismo federador da profissão, a nível mundial, a IFAC-International Federation of Accountants.
Bem-haja a todos, oradores e participantes, nesta II Conferência Anual da OPACC!
Obrigado Mindelo! Obrigado São Vicente!
Mindelo, 9 de Novembro de 2019
Dr. João Marcos Alves Mendes
Auditor Certificado e Consultor